sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

TerrorZine – Minicontos de Terror nº 04



TerrorZine04!

Pois é, saiu um novo TerrorZine, o nº 04, com um miniconto meu, A Casa Amarela. Como sempre, o Terrorzine traz pequenos contos para serem saboreados como quitutes delicados... Neste número, 41 minicontos, dicas de livros e uma entrevista com o escritor e editor Edson Rossatto e outra com o escritor André Vianco.
Para fazer o download do TerrorZine n° 04 + Suplemento Especial n° 01: www.cranik.com/terrorzine.html

Para mandar os minicontos para o próximo TerrorZine: http://www.cranik.com/terrorzine.html

Beigius geraes!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Crepúsculo - vampiros bonzinhos? Epa...



Pronto, acabei de ler o bestseller vampírico Crepúsculo, de Stephenie Meyer. Foi uma leitura fácil. Em dois dias, nos intervalos do trabalho, dos passeios de fim de semana e etc, dei cabo das quatrocentas e tantas páginas do romance. No final, fica a pergunta: eu gostei? Sim, com ressalvas. Nos comentários a seguir, provavelmente vão surgir uma montanha de spoilers, por isso, se você vai ler o livro, não leia o post...

Na verdade, os pontos positivos ressaltados pelos resenhistas e críticos na narrativa de Meyer, não são nada de novo ou de especial. A autora é hábil e consegue narrar de forma agradável (com exceção da repetição exaustiva de adjetivos como "perfeito" e "lindo" para o seu personagem vampiro) a história da adolescente Bella, personagem nem tão bonita, nem tão inteligente, mas boazinha e com um "algo mais" inexplicável que faz um vampiro, com todas as qualidades estranhas e maravilhosas de uma criatura de sonhos, apaixonar-se por ela. Bella, desajeitada e tímida, é uma anti-heroína típica de narrativas adolescentes, que encontramos com freqüência em animes e outros livros juvenis. É a menina comum, desajeitada, que - bingo! - consegue namorar o cara mais lindo e inatingível da escola, tudo por causa de sua beleza interior.

Na família de Edward, o príncipe encantado vampírico que tem o poder de ler pensamentos, sucedem-se alguns tipos facilmente reconhecíveis de animes. A irmã loira e linda que logo se antipatiza com Bella, o "pai" bonitão e a "mãe" compreensiva, o irmão fortão e brincalhão, a irmãzinha engraçada e meio abilolada que tem premonições, o irmão estranho que consegue influenciar pessoas com o seu poder psíquico. Ora, pra quem curte animes, sabe de cara que esse conjunto de personagens poderia muito bem estrelar uma série desses desenhos japoneses. E, quem sabe, talvez isso explique o sucesso do livro, não é?

O forte da Meyer é tornar tudo isso palatável, em que o leitor condescende em levar a sério os clichês e entra na brincadeira. E pronto, o acordo leitor-autor está estabelecido. Afinal, o que não é clichê na literatura de vampiros? E olha que eu digo com conhecimento de causa! A forma como se trabalha os clichês, surpreendendo e divertindo o leitor, é que faz da literatura vampírica uma baita fonte de diversão. Taí o André Vianco, que também é bestseller, tem um talento excepcional pra criar enredos movimentados e divertidos, que confirma isso.

Então, gostei do livro? Médio. Acontece que o tipo de clichê trabalhado no livro não me atrai, pessoalmente. Puxa, os vampiros chorosos e cheios de dúvidas existenciais da Anne Rice dão de mil nos meninos bem-vestidos e de banho tomado da Stephenie Meyers, na minha opinião. Mas, vejam bem, esta é uma opinião pessoal e completamente parcial. Uma opinião da titia Giulia... rs. Além disso, se for para ler romances vampíricos com essa cara de realidade, eu ainda prefiro um que se desenrole no Brasil - que é muito mais real para mim - como os do André.

Aliás, esse tipo de história gente-como-a-gente no reino dos vampiros já foi bem explorado pela Martha Argel no seu livro Relações de Sangue, onde a anti-heroína Clara vive um cotidiano repentinamente invadido pelos vampiros de uma forma mais violenta, sensual e movimentada, bem no meio da metrópole paulistana. Se vocês ainda não leram Relações de Sangue, leiam, vão gostar... rs.

Mas tudo isso é relativo, no final. O livro é bem escrito, tem uma capa linda, e está levando os vampiros para o grande público. E isso, por si só, é um grande feito. Tem um montão de gente que se identifica com Bella e torce para ela. Ótimo. Opiniões são pessoais e não devem ser absolutas. E titia Giulia jamais iria achar ruim um livro que levou os vampiros para o topo da lista dos bestsellers. Palmas pra Stephenie Meyer, que ela merece!