Pois é, titia Giu perdeu seu papai Kazuo em junho de 1992. Ele era um cara discreto, sorridente e simpático. Passou a vida toda desenhando painéis de cinemas paulistanos. Sabem o que é isso? Antigamente, quando a maioria dos cinemas não tinha luminosos na entrada, era comum utilizarem-se de painéis pintados com as cenas mais emocionantes dos filmes na fachada - que serviam como uma espécie de outdoor, anunciando e vendendo o espetáculo. Tudo desenhado à mão, inclusive os rostos dos atores, as letras do título... O profissional precisava ser muito bom para reproduzir, na unha, as imagens mágicas do cinema. E seu Kazuo era muito, muito bom!
Por isso, eu cresci vendo cenas de westerns, filmes de ficção científica, romances e aventuras de samurais no meu quintal, tomando forma sob os pincéis de seu Kazuo. Era comum vê-lo à noite, nos finais de semana, de madrugada, trabalhando sem descanso para que o painel estivesse lá, sobre a marquise do cinema, no dia da estréia.
Hoje, na semana do Dia dos Pais, lembrei-me de seu Kazuo. Acho que ele iria se orgulhar desta faceta da filha escritora que não deu tempo para conhecer. Acho que iria gostar de conhecer os meus amigos, tantos, tantos, que fui encontrando no decorrer dos últimos 10 anos, em algum momento desta minha caminhada como escritora. Porque seu Kazuo também vivia de magia. A do cinema.
Então, crianças, não esperem o domingo chegar. Tratem bem o seu velho, aproveitem para pensar em todas as coisas boas que ele está deixando para você. Mimem bastante o seu papai!
E, pra acabar com chave de ouro, vou deixar aqui uma música do Gackt-san. É uma canção que ele escreveu em 2008 para o grande ator japonês Ken Ogata. Ogata-san tornou-se amigo de Gackt quando atuaram juntos na novela de época Fuurin Kazan da NHK. Após esse encontro, Ogata-san se tornou uma espécie de conselheiro para Gackt, que sempre o chamava de "otou-san" (papai). Em 2008, Ogata-san faleceu de câncer. E Gackt fez esta música emocionante, My Father's Day, para ele.
Então, fiquem com Gackt e o seu Dia dos Pais. E sejam felizes com os seus papais!
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2 comentários:
Olá Morceguinha, q lindo esse post. Eu sei exatamente o q vc está sentindo. Em 1995 tb perdi meu avô e até hj sinto tanta falta dele! Mas não fica assim. Seu pai deixou p/ nós aqui na terra uma filha de quem c/ certeza se orgulha mto ainda. Bjs e fica c/ DEUS
Obrigada, Miss Bond!
Mas não estou triste, não. Estou, sei lá, com um pouco de saudades.
Mas tenho certeza que ele está bem. Afinal, ele era um cara muito sereno. Era de paz... rsrsrs
Obrigada pelas palavras, querida.
Beigiunhos!
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